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Microprodução com turbinas eólicas (silos)
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Foram instaladas duas turbinas
eólicas FORTIS (modelo Montana) nos outrora silos da EPAC. A ligação à
rede eléctrica foi efectuada no âmbito do regime bonificado da
microprodução, utilizando, para cada turbina, um inversor monofásico
Windy Boy 3800, com potência nominal à saída de 3,8 kW. Cada uma das
turbinas tem um gerador síncrono de ímanes permanentes, com potência de 5
kWp, que produz um sistema trifásico de tensões com amplitude e
frequência variáveis directamente dependentes da velocidade do vento.
Normalmente, a turbina é ligada a um rectificador trifásico que é
responsável pela conversão electrónica daquelas tensões alternadas numa
tensão contínua, a qual, por sua vez, é convertida em tensão alternada
pelo inversor de tensão. Na realidade não se trata de um rectificador
simples uma vez que integra um circuito, que pode ser um conversor
abaixador, que é responsável pela dissipação da potência proveniente da
turbina quando esta é excessiva, para os limites de funcionamento do
inversor. A potência em excesso é dissipada, por efeito Joule, numa
resistência eléctrica instalada para o efeito.
Na maior parte dos casos, o inversor é controlado em corrente
fazendo com que a energia injectada na rede seja feita sob a forma de
corrente sinusoidal, síncrona com a tensão da rede eléctrica de modo a
garantir um factor de potência unitário, assim como outros requisitos de
qualidade de energia exigidos por normas internacionais, como por
exemplo a limitação de conteúdo harmónico injectado na rede.
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Características da turbina:
- Composição das pás: fibra de vidro reforçadas com epoxy;
- Comprimento das pás: 2,35 m.
- Características do gerador:
- Potência: 5 kW @17m/s;
- Tipo: gerador síncrono de ímanes permanentes, 18 pólos;
- Em funcionamento normal: 80-350 rpm, 12-53 Hz, 80-400 Vac.
- Em vazio: @350 rpm, 53 Hz, Voc = 468 Vac.
- Características do inversor:
- Potência CC máx.: 4040 W;
- Tensão CC máx.: 500 V;
- Corrente CC máx.: 20 A;
- Saída: 220-240 Vac, 50 Hz;
- Potência CA máx.: 3800 W;
- Seguimento do ponto de potência máxima (MPTT);
- Com transformador de isolamento.
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Por questões de segurança, os
inversores eólicos para ligação à rede saem de serviço quando há uma
falha da rede eléctrica, para evitar o seu funcionamento em ilha
isolada. O mesmo acontece quando a tensão da rede ultrapassa
determinados valores programáveis, tipicamente 6%, 8% ou 10% da tensão
nominal (230V), dependendo das normas, ou quando a frequência ultrapassa
cerca de 1% do valor nominal (50Hz).
Conjuntamente com as turbinas, também foi instalado um sistema
de monitorização remota para medida da velocidade do vento e de um amplo
conjunto de medidas eléctricas como, por exemplo, a energia produzida
diariamente e total, a potência instantânea, etc.
A energia produzida pelo conjunto das duas turbinas desde a sua
colocação em serviço, em 18 de Maio de 2011, até 31 de Dzembro de
2011, foi de 1956,34 kWh.
Na figura seguinte é apresentada uma configuração típica da
cadeia de conversão electrónica de energia desde a fonte renovável
(eólica ou fotovoltaica, neste caso) até à rede eléctrica,
principalmente em sistemas de baixa potência.
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A observação da figura permite
constatar o papel que a electrónica de potência desempenha na conversão
electrónica da energia proveniente de fontes renováveis. Os conversores
electrónicos actuais são capazes de efectuar a conversão da potência
disponível de uma forma extremamente flexível e eficiente. O rendimento
deste tipo de equipamento é superior a 90% havendo, no mercado,
inversores com rendimento de 98%.
Muitas vezes é utilizado um transformador de isolamento à saída o
qual pode ser também utilizado para elevar a tensão. Nestes casos o
conversor elevador não é utilizado, como acontece com o inversor WB
3800.
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As turbinas eólicas
foram instaladas, com co-financiamento de 75%, no âmbito do protocolo
assinado com o Estado, através do Ministério de Estado e das Finanças,
relativo à “Iniciativa para o investimento e o emprego” promovida pelo
Governo Português em 2009. A candidatura do IPB a esta iniciativa foi
uma das quatro contempladas no conjunto das instituições de ensino
superior.
A instalação das turbinas integra-se no âmbito do Projecto
VERCampus – Campus Vivo de Energias Renováveis, iniciado pelo IPB em
meados de 2007, o qual visa a implementação de um “parque” vivo de
energias renováveis e Eficiência Energética.
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